Evento teve como tema o “Girassol”, símbolo da força e da luz no cuidado em saúde.

Na manhã desta sexta-feira, 31 de outubro, os hospitais da Fundação Padre Albino realizaram o 13º Simpósio de Humanização e Segurança do Paciente, reunindo colaboradores das unidades de saúde, profissionais de municípios da região e convidados para encontro de reflexão sobre o cuidado humanizado e o trabalho multidisciplinar em saúde.

A abertura do evento foi de Renata Rocha Bugatti, diretora de Saúde e Assistência Social da Fundação. Antes das palestras, o Coral do Sesc Catanduva, do Programa Trabalho Social com Pessoas Idosas, fez apresentação musical, reforçando o clima de acolhimento e sensibilidade.

O psicólogo e pesquisador Dr. Fúlvio Bérgamo Trevizan, doutor em Ciências da Saúde, abriu o ciclo de palestras com o tema “Comunicação para a prática centrada no paciente”. Em sua fala, Dr. Fúlvio provocou importante reflexão sobre o termo “cuidado humanizado”. “Quando falamos em cuidado humanizado estamos denunciando uma ausência. Se somos humanos por natureza, por que precisamos tornar algo ‘humanizado’? Técnica sem vínculo se torna fria, ciência sem escuta se torna insuficiente e clínica sem olhar integral se torna desumana”, destacou o palestrante, convidando os profissionais a resgatar a dimensão ética e relacional do cuidar.

Cuidado que cura
Em seguida, o “Moment Experience” trouxe o depoimento de Monielli Chieratto, paciente que compartilhou sua trajetória de superação após complicações decorrentes de cirurgia bariátrica. A mediação foi conduzida pela psicóloga da FPA, Aline Paião, pela médica Dra. Jady Casatti e pela enfermeira Kemely Zaniboni Felice Peres, que conduziram conversa sensível sobre a importância do acolhimento, da escuta e da força do trabalho em equipe.
“Passei por complicações sérias, fiquei muito debilitada e houve dias em que eu não tinha nem forças para falar. Nesses momentos, o olhar, o toque e a presença dos profissionais de saúde fizeram toda a diferença. Mesmo quando o corpo já não respondia, eu sentia o cuidado, a atenção e o carinho de cada um que esteve ao meu lado”, testemunhou Monielli, dizendo que o que lhe sustentou “foi perceber que, por trás de cada procedimento técnico, existia uma equipe que me enxergava como pessoa — que escutava, acolhia e acreditava na minha recuperação. Esse olhar humano foi essencial para que eu encontrasse forças para me reerguer. Hoje, entendo que o verdadeiro cuidado vai muito além da cura física: ele se constrói na empatia, no respeito e na presença.” 

Na segunda parte do simpósio, a médica intensivista e gerente de prática médica do Hospital Emílio Carlos, Dra. Jéssica Cangussu Fonseca, ministrou a palestra “Cuidado centrado no paciente: uma abordagem multidisciplinar na UTI”. A profissional ressaltou que “a colaboração entre as diversas áreas da saúde é essencial para a recuperação e o bem-estar do paciente, pois cada olhar complementa o outro e amplia as possibilidades de um cuidado integral”.

A equipe multidisciplinar da UTI — composta por Mariana Aimee Nadalini de Oliveira (nutricionista), Jhonatan Gabriel Ramos (fisioterapeuta) e Walison Tozatto (psicólogo) — complementou a discussão com relatos práticos sobre o impacto positivo da integração de saberes e da atuação conjunta no processo de reabilitação e conforto dos pacientes e seus familiares.

No encerramento a gerente da Qualidade, Adriani Izabel de Souza Moraes, agradeceu o engajamento dos profissionais e destacou que “a humanização é o alicerce de todas as nossas conquistas, refletida nas certificações e selos de qualidade obtidos pelos hospitais da Fundação”.

Para simbolizar o tema “Girassol”, os integrantes do Grupo de Trabalho de Humanização retiraram girassóis da floreira à frente do palco e os entregaram aos convidados em gesto simbólico de partilha de luz, cuidado e esperança.

Maristela Neves, coordenadora de Atendimento ao Cliente e Humanização, encerrou o evento expressando gratidão a todos os presentes. “Agradecemos não apenas pelo empenho nas atividades deste dia, mas, sobretudo, pelas contribuições valiosas ao longo dos anos, que têm sido essenciais para o aprimoramento e avanço contínuo da humanização e segurança do paciente". Sobre o Simpósio, Maristela deseja que o aprendizado e reflexões compartilhados inspirem novas práticas, mais humanas, integradas e centradas nas pessoas. "O Simpósio também ofereceu aos participantes a oportunidade de conhecer mais sobre os projetos desenvolvidos nos hospitais pela equipe de Humanização", finalizou pedindo que todos fossem girassóis.

Fotos: Comunicação FPA.